Democracia é coisa de gado. - Blog Thiago Okraszewski

Calma, jovem. Eu percebo que você pode estar sentindo alguma aversão só de ler o título, mas vamos acertar um trato: prometo que tudo fará sentido ao final deste artigo. Você compreenderá por que a democracia se revela um modelo desafiador para a política e entenderá a frequência do uso da expressão ‘estado democrático de direito’. Acredito que, ao término da leitura, compartilharemos a mesma perspectiva. E, caso contrário, está liberado discordar e até mesmo nutrir alguma animosidade. Tudo bem?

Palavras, significados e fatos da Democracia.

Uma confusão frequente em nossa época é a falta de compreensão de que as palavras são simplesmente símbolos, meros sinais que apontam para uma realidade concreta específica, um fato da natureza, ou um fenômeno. Em nossa geração, é comum que as palavras, sendo apenas símbolos desprovidos de qualquer emoção, acabem inadvertidamente evocando sentimentos.

Exemplo do uso da expressão Democracia.

Por exemplo, a expressão ‘Democracia’ ou ‘estado democrático de direito’ é frequentemente usada como sinônimo de pessoas bem intencionadas, com planos benevolentes, que visam o bem coletivo. Isso cria uma associação emocional positiva, o que, na realidade, é incorreto. Palavras não devem provocar emoções, mas sim expressar objetivamente os fatos que representam.

A origem da expressão da Democracia.

Aristóteles em seu livro Política ¹ nos apresenta as formas de governo ideais, as quais não necessariamente se aplicam apenas ao Estado, mas também em outras situações, como empresas, equipes, times, etc. Nesse contexto, temos três formas de governo positivas e outras três que representam a corrupção das formas positivas.

As 3 Formas positivas de Governo, por Aristóteles.

Monarquia.

Aristócracia.

Repúlica.

Na Monarquia, observamos um governo centrado em uma pessoa, com responsabilidade pessoal em jogo (destaque para a responsabilidade pessoal!). Isso significa que alguém que exerce a gestão e comete erros assume as consequências diretamente. Imagine, por exemplo, um Imperador como Dom Pedro II aqui no Brasil. Caso ele cometesse um erro administrativo, quem pagaria o preço mais elevado no final? Ele e sua família. Ele tinha a própria pele em jogo.

Na Aristocracia, por definição, temos o governo dos melhores. Nesse caso, não é mais uma pessoa que governa com responsabilidade pessoal, mas sim um grupo de indivíduos virtuosos. A aristocracia aconselha o monarca, pois a própria pele deles está em jogo.

Na República, temos um sistema em vigor que permite que os indivíduos subam ou desçam com base em seu mérito. Dessa forma, é governado por pessoas de excelência, com a possibilidade de mobilidade social.

As 3 formas corrompidas de Governo, por Aristóteles.

Tirânia.

Oligarquia.

Democracia.

A Tirania, por óbvio, representa a visão corrompida da Monarquia, em que o indivíduo centraliza o poder, mas se isenta da responsabilidade por seus atos, reinando de forma absoluta. Por exemplo, pense em Hitler, que via os jovens soldados da Alemanha na Segunda Guerra Mundial como meros peões a serem desgastados em combate.

Os civis, especialmente as mulheres, eram reduzidos a nada mais do que “máquinas reprodutoras” para aumentar o volume populacional do Reich. Qualquer erro de Hitler, escolha equivocada ou ato malévolo, em via de regra, não o faria sofrer as piores consequências. Dessa maneira, na Monarquia, o Monarca morre pelo povo; na Tirania, o Tirano sacrifica seu povo por si mesmo.

A Oligarquia é um conjunto de pessoas que governa para si, assim como o Tirano, sem qualquer responsabilidade pessoal envolvida, apenas com o intuito de parasitar. Um exemplo bastante ilustrativo disso são os famosos Oligarcas Russos ², cujo nome sugestivo reflete sua abordagem. Eles previram a queda da União Soviética e, antecipadamente, compraram ações de empresas a preços insignificantes. Desse modo, isso foi um movimento os transformou em um pequeno grupo com controle total sobre o poder estatal, colocando o Estado Russo de joelhos.

A famigerada Democracia não passa de uma forma corrompida da República. Na Democracia, todos querem votar, resultando em uma situação em que tudo pertence a todos, e, portanto, nada pertence a ninguém, o que elimina a responsabilidade pessoal. Assim, cada indivíduo votará visando apenas o próprio benefício, levando inevitavelmente ao colapso do sistema. Sendo assim, Toda Democracia está destinada ao fracasso.

Democracia ou Oligarquia no Brasil?

Note, o nosso país está na mão do povo, ou estamos simplesmente a uma canetada de distância de perdermos nossos direitos? São um pequeno punhado de políticos muito poderosos que mandám, ou as pessoas que via Democrácia, acabam votando e decidindo o futuro do país? É aqui, onde espero ganhar você para o meu lado; o problema não está em sermos uma democrácia, porque invariávelmente, ela acabaria colapsando – o problema real é que vivemos em uma oligarquia, usando o termo Democrácia para se fingir de polída, correta e benevolente.

Democracia na prática.

Uma das lições que é amplamente evidenciada na vida de Elon Musk³ é a sua habilidade de assumir a responsabilidade pessoal em seus ombros. Ele investe sua considerável fortuna em duas empresas (Tesla e SpaceX), arriscando-se a vê-las ambas falirem, correndo o risco de perder suas empresas e seu dinheiro. Se os funcionários da Tesla ou SpaceX fossem DECIDIR o que deveria acontecer na empresa, certamente a política seria de aumentar os salários e privilégios, reduzir a carga horária e as obrigações.

Florentino Perez ⁴ é o Presidente do Real Madrid, clube cujo estatuto estabelece três critérios claros para que um associado possa se candidatar à presidência. São eles: Ser membro do clube por no mínimo 20 anos, ser capaz de garantir financeiramente, de forma pessoal, 15% do orçamento anual do clube, e ser cidadão espanhol. Qual fator é mais enfatizado aqui? A responsabilidade pessoal. A sua capacidade de agir de maneira a não comprometer a sobrevivência do clube em benefício próprio.

Conclusão sobre a democracia ser coisa de gado.

Apesar de te conduzir até aqui, eu não tenho uma solução definitiva. Uma maneira de como aplicar um governo ideal, uma forma perfeita de resolver o problema. Eu quero usar todo o meu esforço para entender a realidade como ela é, e não como deveria. Mas um conselho eu posso te dar; não caia no papo da suposta democracia. Arrisque a sua pele, e por sua vez, dê o grito. Seja responsável por tudo que acontece na sua vida, e com toda certeza, você não se arrependerá.